From: otohenrique@hotmail.com
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Subject: RE: sobre a formação compartilhada em artes presencias do solo expectativas
e
promessas de alejandro
ahmed
Date: Sat, 21 Sep 2013 00:32:51 -0300
Se
fizermos um retorno imaginário aos primórdios da civilização humana, talvez
esta fosse uma importante característica para a sobrevivência da espécie,
visto que a precária organização civil estaria muito
mais suscetível aos perigos do mundo natural que faz parte.
Entretanto nosso modo de viver se especializou tanto na produção de
(auto)imagens, (auto)narrativas e (auto)discursos que nos encontramos hoje numa
situação na qual a diferenciação, enquanto produção do novo, aliada a
reprodutibilidade dos meios de informação, estancam quase instantaneamente a
fissura que acabara de se formar, para usar esta diferença como matéria de
consumo. A informação é uma das peças da grande máquina de representação que
com seus órgãos, organismos e organizações suga intensidades e
as compacta, formando mais uma peça da engrenagem do dever ser.
Tal cristalização não se dá de modo espontâneo, no sentido de não ser
algo que naturalmente é necessário para o convívio social. Ela se dá na medida
em que nos tornamos cúmplices, como diria Deleuze: na medida em que nosso
desejo é capturado.
Agora,
entendendo cristalização como efeito de uma necessidade de auto-regulação da
identidade/unidade (aqui visto como acoplamento de processos produtivos que
trabalham em função da manutenção de si na relação com o de fora, e não como um
ser definido que luta contra outro), como se dá a manutenção da ética no
salto entre a micro-política das forças que atravessam uma unidade e a
macro-política do corpo social debilitado pelo seu estilhaçamento ainda não
reconciliado?
Vlw, bjs.
Oto Henrique
48.9622-6767
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Subject: RE: sobre a formação compartilhada em artes presencias do solo
expectativas e promessas de alejandro ahmed
Date: Sat, 21 Sep 2013 23:54:03 +0000
a
viabilidade de criar ficçoes e a habilidade em tecer metáforas são artificios
de sobrevivência do humano enquanto espécie.
a embriaguez do que se entende como sujeito, a embriguez dos muitos auto nos
faz deparar em um olhar mais atento não com a certeza de que somos. mas com a
certeza de que podemos estar esvaziados de engajamento e que o maior do
cúmplice em nosso esvaziamento é aquele que está no espelho quando o
encaramos.
a solução (solução?!) não seria encher o vazio. se nosso desejo foi
capturado, não devemos tomar o pagamento de um resgate como passo
inevitavelmente a seguir.
se em macho e micro escalas temos o desejo capturado, se nosso sujeito se
debate entre ter e ser, e se o primeiro tutela uma ficção de controle
sobre si enquanto o segundo assinala a possibilidade do perder-se é uma ética
da publicaçao, uma ética do como fazer público que parece ser caminho
transitório - sempre transitório - do labirinto.
From: otohenrique@hotmail.com
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Subject: RE: sobre a formação compartilhada em artes presencias do solo
expectativas e promessas de alejandro ahmed
Date: Sun, 22 Sep 2013 23:47:21 -0300
texto
síntese:
Singularidade
enquanto efeito de produção de si na fronteira do encontro com o de fora.
Porosidade como condição de criação de singularidade.
A
singularidade diz respeito a dose necessária de (auto)conservação para que se
mantenha a pluralidade do existir. Pois sem ela tudo se torna o mesmo e a
diferença se perde, já em excesso perde-se o horizonte do outro e encerra-se no
umbiguismo.
engajamento
como tecnica para permitir a abertura dos poros que permite o fluxo das forças
em devir ativo.
No
trabalho de desvendar este engajamento um dos maiores aliados é o tempo, que
nos permite abrir a fissura no que está estancado - como a água que fura a
pedra - gerindo a coexistência do passado e futuro no momento relâmpago do
presente que se racha.
O
fantasma é o que se torna visível deste engajamento. Ele é esta coisa borrada
que está na fronteira entre o ter e o ser, singular e individual (este enquanto
efeito da captura do desejo enfraquecido). Ele é também como a núvem que quando
afastada mostra com clareza seus contornos e imagens e quanto mais próxima mais
se torna imperceptível.